No último artigo começamos a falar sobre os sistemas de arquivos. Terminamos falando sobre os problemas que o sistema FAT (ou FAT16) tem na hora de armazenar os arquivos, já que existe um desperdício de espaço. Este desperdício também acontece no sistema FAT32, mas costuma ser bem menor.
Lembro que o que causa o desperdício de arquivos é o fato de que um cluster (também chamado de unidade de alocação) não pode ser usado por mais de um arquivo. Assim, um arquivo sempre será gravado no disco em um ou mais clusters, independente de seu tamanho. Na hora da gravação o arquivo é “dividido” em pedaços iguais ao tamanho do cluster. Quase sempre esta conta não é exata e sobra uma pequena parte do arquivo que será gravada em um cluster interiro, mesmo que haja algum desperdício de espaço.
O sistema FAT trabalha com cluster maiores, e, neste caso, o desperdício geralmente é maior. O sistema FAT32 trabalha com cluster menores e assim o desperdício é menor. Mas o que faz um sistema FAT ter um cluster maior ou menor que o outro?
O sistema FAT16 consegue trabalhar com aproximadamente 65536 clusters. 65536 é o número que se obtém quando elevamos o número 2 a 16 (por isso o nome FAT16). Na realidade o sistema FAT16 usa apenas 65525 clusters por partição (ou HD). E o tamanho dos clusters no sistema FAT também é uma potência de 2. Assim temos os seguintes tamanhos para os clusters no sistema FAT: 2 KB, 4 KB, 8 KB, 16 KB e 32 KB. Então podemos montar uma tabela que relaciona o tamanho da partição o HD e o tamanho do cluster que será usado nesta partição dentro do sistema FAT16.
O limite máximo para uma partição FAT16 é de 2 GB (gigabytes), pois teremos 2 elevado a 16 (na verdade o valor correto 65525) vezes 32 KB , chegando ao valor de 2 GB. O Windows NT consegue trabalhar com FAT16 e clusters de 64 KB, possuindo assim um limite de partições de 4 GB. Só para se ter uma idéia do desperdício médio em partições de acordo com o tamanho do cluster, veja a tabela abaixo:
É bom lembrar que esta tabela é baseado na ocupação “padrão” dos HDs atuais, e estes valores podem ser diferentes de caso para caso. De qualquer forma, é impressionante como o desperdício de espaço aumenta quando usamos clusters de 32 KB ou 64 KB. Um HD de 2 GB chega a desperdiçar 500 MB devido ao desperdício causado pela FAT. De maneira análoga, teremos uma tabela para o sistema FAT32.
No caso do sistema FAT32, esta tabela é usada de forma padronizada pelo conjunto de programas FDISK/FORMAT. Mas através de programas como Partition Magic e outros podemos conseguir valores diferentes de tamanho de cluster para os diferentes tamanhos de partição.
Se prestarmos atenção à tabela da FAT32, é curioso notar que o tamanho máximo da partição (ou HD) é de 2 terabytes (TB). Se nós podemos usar 32 bits para endereçar os clusters no sistema FAT32 o tamanho da partição deveria ser de 2 elevado à 32 (número de clusters) vezes o tamanho máximo do clusters no sistema FAT32, que é de 32 KB. Isto nos daria uma partição ou HD máximo de 128 TB! Então, porque o limite é de 2 TB? Primeiro porque o número máximo de clusters endereçáveis não é de 2 elevado a 32. Apesar no endereço ser composto de 32 bits (por isso o nome é FAT32), na verdade são usados apenas 28 bits. Assim o número de clusters máximo seria 2 elevado à 28. De qualquer forma, com este número de clusters, teríamos um valor de 8 TB para o HD máximo, ainda quatro vezes maior que o valor máximo de 2 TB. O segredo para desvendar este mistério está na especificação FAT32 da Microsoft. Neste documento a Microsoft diz que o número máximo de setores (e não de clusters) que um disco pode possuir é de 2 elevado a 32. Como cada setor tem 512 bytes de tamanho, o tamanho máximo de um disco no sistema FAT ou FAT32 é de 2 TB.
Mas o sistema FAT32 não é só mais eficiente e suporta HDs até 2 TB. Ele também é mais confiável e flexível que o FAT16. O sistema FAT32 consegue posicionar o diretório raiz de uma partição em qualquer lugar da mesma. No FAT16 isso não era possível. Além disso, no antigo sistema existia uma limitação do número de entradas que podiam ser alocadas no diretório raiz do disco (512). Essa limitação não existe mais no sistema FAT32. Outra característica que pode ser implementada no sistema FAT32 é o redimensionamento dinâmico, isto é, podemos mudar o tamanho da partição sem que haja perda dos dados da mesma. Apesar deste característica estar presente no FAT32, ela não foi implementada pela Microsoft. É claro que companhias como PowerQuest (com o Partition Magic) e outras se aproveitaram desta característica para desenvolver seus produtos. Além disto o MBR (Master Boot Record) no sistema FAT32 foi aumentado para poder conter uma cópia de backup das principais estruturas do disco. Isso sem falar da cópia de segurança da própria FAT.
Infelizmente nem tudo são flores para o sistema FAT32. poderão existir alguns problemas de compatibilidade de programas com o sistema de arquivos. Hoje em dia a grande maioria dos programas já é preparada para FAT32, mas se você ainda usa um software antigo, procure saber se ele é compatível com o sistema. Principalmente se o software for de análise de disco e otimização como o Norton Speed Disk ou semelhantes. O próprio programa de compactação de disco em tempo real da Microsoft (DriveSpace) não pode ser facilmente usado com o sistema FAT32 instalado na máquina (apesar de este tipo de software não estar mais sendo usado depois que os preços dos HDs despencaram!). Outro problema que ocorre com relativa facilidade é o não reconhecimento dos HDs que usam sistema FAT32 em máquinas que possuem sistemas operacionais mais antigos como DOS e Windows 95. Na verdade isto ocorre porque é impossível o sistema operacional antigo reconhecer uma partição que usa um sistema de arquivos recente. Neste tipo de caso a solução mais comum é trabalhar com FAT (FAT16) nos discos em que se deseja compartilhar os dados entre os sistemas.
1-Quem trabalha com áudio(ou) vídeo, precisa de rapidez então FAT32 é mais recomendável!
2-O NTFS dá mais segurança.
Espero que vocês estejam gostando da série! Até lá! um abraço.
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